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Pra quem gosta de cachorro, chocolate e água

O post de hoje contém três relatos curtos e visa como sempre o compartilhamento de experiências pessoais, além de suscitar alguns pontos de reflexão.

Acho inclusive que o conteúdo dos três está bastante alinhado com a atual onda de autoconhecimento cada vez mais preconizada.

As conclusões dos relatos / experiências estão compiladas no final do post.

Cuidar das cachorras é umas das minhas tarefas em casa.

1- Era hora de sair com as peludas e por mais bizarro que possa parecer todos os meus calçados estavam inacessíveis. Como não queria esperar, afinal não tinha hora certa para voltar a ter acesso a eles acabei indo descalço mesmo. A atitude aparentemente intempestiva acabou por se transformar numa experiência inédita e muito agradável.
Uma versão pra lá de “light” do seriado pelados e largados que aliás conheci após o episódio da caminhada e do qual virei fã. Enquanto evoluía no meu trajeto tracei um paralelo com a vida. Tanto num quanto no outro temos que cuidar dos passos, transpor obstáculos, estar atento a riscos mas também desfrutar das coisas simples e boas que se apresentam de inúmeras formas.

Outra coisa que observei, foi que a cada passo dado, mais os pés se acostumavam com o piso, por mais abrasivo, irregular e acidentado que pudesse ficar. Mais um ponto em comum com a nossa vida, pessoal ou corporativa não é mesmo? Mas o mais engraçado foi observar a reação das pessoas ao se darem conta que eu estava descalço. Tudo que é tido como sendo fora do padrão gera surpresa e muitas vezes até um senso de incômodo, para eles, e não para mim é claro!
2- Chegando de mais uma caminhada com as cachorras, dessa vez não descalço, me deparo com a vizinha descarregando suas compras de supermercado na garagem do prédio. Ela estava quase acabando, mas mesmo assim me ofereci para ajudar. Ela gentilmente declinou.

Terminada a transposição dos produtos do porta malas para o carrinho que levaria as compras ao apartamento, a vizinha foi estacionar o carro na sua vaga. Vi que o carrinho estava pesado e resolvi colocá-lo no elevador de serviço e deixá-lo no andar dela para que  não tivesse que fazer força.

Minutos depois que entrei em casa e ainda guardando as coleiras, toca a campainha.
Abro a porta e surge do nada um enorme chocolate meio amargo atrás de um sorriso e uma vizinha agradecida.

 Acabou o problema hídrico em São Paulo?

3- Desde que as fortes chuvas de verão que vem aplacando e tumultuando nossa cidade com infindáveis picos ou interrupção de energia, alagamentos, queda de árvores, gerando morte, mas também enchendo nossos reservatórios, não ouço mais uma só palavra sobre economia de água.

Dia desses estava tomando banho e me dei conta de que havia parado de praticar o ato de desligar a água enquanto me ensaboava, ou seja, bastou uma chuva e muitos de nós retomaram o ato do desperdício como se o problema não existisse mais ou estivesse totalmente solucionado. Fiquei com vergonha da minha memória curta. Para me sentir melhor, praguejei o Governo Estadual e a Prefeitura por interromperem as campanhas publicitárias e também a mídia que elegeu outros problemas como prioridade, mas o fato é que o culpado mesmo sou eu. Sou ou pelo menos deveria ser exclusivamente responsável pelos meus atos. É claro que lembretes de utilidade pública são sempre bem-vindos, mas é mais ou menos como a maioria dos treinamentos pelos quais passamos na nossa vida corporativa. Boa parte é apenas para relembrar ou atualizar conceitos e não para aprendermos algo novo.

O problema está aí e não estamos tratando dele como deveríamos. A história já nos ensinou o suficiente sobre ciclos da natureza e não precisa ser nenhum gênio da matemática para entender que aumento da população x escasseamento de recursos naturais x falta de planejamento em infraestrutura x falta de pesquisa em tecnologia e inovação só podem culminar em sérias consequências.

 Conclusões:

– Andar descalço é muito bom, mesmo numa cidade como São Paulo. Se na praia tem o benefício do contato com iodo, aqui dá uma sensação de liberdade e desperta outros sentimentos. A partir de agora vou praticar mais vezes;

– Como diria minha vó “quem anda pela cabeça dos outros é piolho” sair da caixinha e experimentar coisas diferentes é bom demais!

– Sempre que puder reforçarei atos de gentileza porque definitivamente gentileza gera gentileza e precisamos de um mundo mais harmônico, leve e fraterno.

– Vou me policiar e ser menos crítico com terceiros, praticar mais meu senso de responsabilidade e civilidade. Certamente meu sono que já é bom ficará ainda melhor pois me sentirei mais realizado comigo mesmo;

– Já havia finalizado e revisado o post, mas após trocar mensagens com um amigo irmão me permiti incluir esta que não é uma conclusão, mas sim um pensamento. A origem? uma dessas frases que a gente recebe pelo WhatsApp que na ocasião fez  e ainda faz muito sentido pra mim: “Vou procurar ser a pessoa que meus cachorros acham  que eu sou!”

Boa semana, boa reflexão e até a próxima.

 

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