Ontem à noite estava em casa zapeando a tv. Estava tudo calmo. Embora de férias, as crianças tinham ido dormir na casa de um amigo vizinho aqui do prédio. A esposa estava tomando banho, aquele mais demorado, e até as cachorras estavam quietas e acomodadas em outro recinto o que é bem raro, afinal estão sempre na cola. Aquele momento em que no circo do dia a dia reina a paz. Procurava um filme ou um seriado para me entreter um pouco antes de dormir. De preferência algo interessante, mas não muito ruidoso. Eis que me deparo com um show do IRON MAIDEN, um verdadeiro ícone mundial do Heavy Metal.
Incrível como as prioridades mudam de acordo com a nossa conveniência não?!
Adoro IRON MAIDEN!
Ouvi muito na minha adolescência e até hoje o CD do álbum Number of the Beast datado de 1982 é um dos meus preferidos e volta e meia visita o meu carro. Por algum motivo inexplicável é um som que me toca, me energiza, arrepia os pelos do braço….
O show era em Santiago no Chile e aconteceu em 2011. Quando o encontrei já estava na parte final. Tocavam uma música mais recente, novidade para mim. Estava ali absorto ouvindo. Fiquei impressionado como tantos anos depois, a qualidade da letra, dos riffs de guitarra, o conjunto da melodia era a mesma se não melhor. Prestei atenção na formação e exceto um integrante que não reconheci de imediato, me pareceu a de sempre. Mesmo mais velhos, todos exceto o líder e vocalista Bruce Dickinson continuavam cabeludos, tatuagens a mostra e com outfits atuais, mas ainda no velho estilo Heavy…Não sei o que essas caras tomam antes de um show, mas a vibe é incrível.
Aí veio a redenção. Embora não tivessem tocado minha música preferida tocaram três muito conhecidas e das antigas para encerrar o show. Estava ali cantando e olhando a plateia de um estádio absolutamente lotado e por alguns minutos viajei pelo túnel do tempo e voltei a minha adolescência. Me identifiquei com muitos jovens em seus gestos, seus trajes, sua adoração que beira a reverência e que muitas vezes traça um estilo de vida. Naquele exato instante resgatei parte da minha essência perdida no dia a dia pela qual muitos de nós inconscientemente se deixa levar. Impressionante o poder de alguns minutos dedicados ao que realmente faz a gente sorrir, vibrar, sonhar….
Incrível como essa banda renova suas plateias, passa décadas no topo fazendo sucesso, ganhando dinheiro mesmo em tempos em que quase tudo é descartável. Poucos conseguem essa façanha, especialmente no acirrado mundo da arte.
Penso que alguns ingredientes aqui são fundamentais. Além do carisma e do claro tino empresarial acredito na combinação dos seguintes elementos: São sensíveis em produzir e tocar o que o seu público quer ouvir; não se acomodam com o sucesso, ao contrário buscam se superar sempre, seja na letra, melodia, ou na apresentação. A despeito de manter o mesmo estilo tem a capacidade incansável de se reinventar e acima de tudo tem um propósito claro!
Uma lição para a vida pessoal e também corporativa.
Boa semana, com muitas vibes positivas e inspiradoras.
Abaixo para aqueles que apreciam ou desejam conhecer o trabalho da dama de ferro, tradução de Iron Maiden, nome homônimo de um instrumento de tortura medieval que aparece no filme O Homem da Máscara de Ferro como uma horrenda máscara de ferro, e que foi baseado na obra do romancista francês Alexandre Dumas.
– o link do histórico da banda: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iron_Maiden
– o link do clássico The Number of The Beast: https://www.youtube.com/watch?v=WxnN05vOuSM&list=PL3YsvLz49R32OS8ZJ1f-2uQ6WQaofOZPZ
Comentários estão fechados.