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Aprendendo com os mais novos

Como o segundo post do ano, escolhi dividir com vocês uma experiência pessoal recente.
21/01/16 em pleno recesso e voltando de Itatiba onde fui fazer um passeio com a família num local bastante interessante.

Zooparque. Que se auto intitula o maior zoológico particular do Brasil.
Foi nossa segunda visita nos últimos 9 anos e certamente voltaremos outras vezes.
O local tem uma trilha de 3 quilômetros percorridos a pé em meio à Mata Atlântica onde é possível ver bichos de vários tipos de ecossistemas, nacionais e internacionais.

Após um dia ensolarado, de muito aprendizado e divertido anuncio orgulhosamente: “Vamos parar na padaria lá perto de casa, comer um lanche para fechar o programa com chave de ouro”.
Euforia geral, mas…. Ao entrar na Marginal, bem perto ao destino do pão de queijo fresquinho e daquelas guloseimas que só a padaria do lado de casa sabem preparar, minha filha mais velha que sofre de enxaqueca, anuncia: “Estou com dor de cabeça!”

Minha  esposa exclama: “Me deixa em casa com a Bruna e termina o programa com a Julia”
Eis que vem a caçula com aquela solidariedade e pureza de uma criança com seus 8 anos por ser completos agora início de Fevereiro. “Gente vamos pra casa, assim ficamos todos juntos e a Bruna descansa”. Pensei comigo. YES!!!! Estamos conseguindo transmitir valores importantes para as nossas filhas…

Quase me joguei do carro de orgulho daquela ato e daquelas palavras. Afinal em tempos de Mensalão, Zelótis, Lava Jato e um sem fim de escândalos de corrupção, num momento em que moral, o pensar no próximo e tratar de valores sociais é quase uma raridade e démodé, vi brotar ali na minha frente e de dentro da minha casa uma semente de esperança.

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Voltamos todos então para casa. Passado certo tempo mas ainda com o peito inchado feito um sapo do brejo, coaxando para atrair as fêmeas, resolvi usar a técnica de enaltecer o que é bom. Estávamos na cozinha preparando o jantar minha esposa a caçula e eu e comecei então a dizer o quão orgulhoso estava dela pelo ato de solidariedade, bla, bla, bla….

A caçula só me fitando com aquele ar maroto saca á queima a roupa a seguinte frase:
” Pai, obrigado mas eu quiz mesmo vir para casa porque na padaria não tinha o biscoito que eu queria no lanche!…….

Não! meu mundo não caiu, nem morreu aquela semente de esperança.
A caçula foi sim solidária, porém foi inteligente o suficiente em conciliar com ele o seu interesse, o vendeu de uma forma genial e no fim quando lhe foi dada a oportunidade, foi honesta e mostrou ter princípios mesmo muito nova.

Quanto a mim, aprendi que preciso regular melhor meu filtro, ser menos paternalista mesmo que o assunto sejam as minhas filhas, ler melhor nas entrelinhas e captar melhor alguns sinais.

Agente tem mesmo que ter a cabeça muito aberta e estar atento a essas lições que nos são proporcionados a cada dia, seja por entes de nossas famílias, colaboradores, amigos e também pelos inimigos.

Se mudarmos os personagens, a cena e alguns detalhes da história acima, tenho certeza que muitos de vocês terão passado por situações semelhantes em suas casas e também empresas. Insisto em afirmar de que por traz de cada CNPJ tem muitos CPFs e daí a motivação de continuar dividindo essas experiências pessoais com vocês.

Boa semana curta para os Paulistanos, e até a próxima.

 

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