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Os desafios da recolocação pós 40

O tema deste post foi sugerido por um dos muitos amigos que fiz da forma mais inusitada para mim que sou um quase cinquentão e que presa muito pelo contato real e pessoal.

Conheci o Anderson via LinkedIn, do nada estabelecemos um rapport e “voìla”, eis que nasce uma nova amizade, daquelas que quando houver o contato presencial, se é que haverá um dia, tenho certeza nos trataremos como amigos das antigas.

Adoro esse tipo de aproximação proporcionada pela tecnologia.

Anderson Silva em 24/11 escreveu “Amigo Jo Achim Liebert Sabe que sou leitor assíduo de tudo que você escreve, gostaria de sugerir um tema, já que você permitiu pedidos, tenho tentado escrever sobre a busca de uma recolocação no mercado, após os 40 anos de idade, os desafios e como o mercado está para este profissional. Eu não consigo escrever pois o texto poderá se tornar pessoal demais. Agradeço desde já sua atenção”.

A última estatística que li esses dias nos jornais aponta para um índice de desemprego na ordem dos 9 milhões de habitantes, pelo menos isso é o que se tem registrado oficialmente, mas como uma parte expressiva da população ainda trabalha na economia informal, sem registro, o número final certamente é muito maior.

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Isso posto e considerando o atual cenário econômico do pais, a recolocação em si é um enorme desafio independentemente da idade.

A palavra de ordem nas empresas é performance. Isso significa vender mais, melhor e enxugar custos e despesas. Como a folha de pagamento é uma parte expressiva dos custos da maioria delas, evidentemente ela está na mira central. Acho até que há movimentos exagerados em que algumas empresas por vezes se aproveitam da situação e em nome do momento ceifam cabeças indiscriminadamente, considerando apenas KPI´s, mas deixemos este tema para uma outra oportunidade.

Você leitor deve estar se perguntando, ok mas o que tem de novo nisso tudo?Nada! o fato é que não há mágica.

Mas o pior ainda está por vir. Pautado em conversas com vários segmentos estimo que bateremos no fundo do poço da taxa de desemprego lá para o meio do ano que vem, 2016.

Mas, e as oportunidades? Existem, mas talvez para alguém de 40 anos ou mais e que está acostumado a uma trajetória corporativa será preciso mudar o “mind set” para identificar e aproveitá-las.

Para nós considerados cidadãos seniores, a despeito do foco nos segmentos de nossa competência, o caminho é entender onde realmente nossa experiência pode fazer a diferença e agregar valor.

Isso talvez signifique se desprender daquela ideia do emprego tradicional e atuar de forma autônoma, terceirizada, por projeto….

Outra possibilidade é abrir o horizonte para áreas análogas ao que fizemos em nossa trajetória e que temos como “core”. Se colocar na posição do potencial empregador também me parece um exercício interessante. Se perguntar por exemplo porque você contrataria uma pessoa mais experiente se pode ter uma ou até duas mais baratas? Os mais jovens além de mais dispostos fisicamente, normalmente tem mais desenvoltura e facilidade com tecnologia. Essas questões precisam ser tratadas e mitigadas em nossas cabeças e é importante termos argumentos claros para rebate-las.

Ser experiente é bom, mas como tudo na vida tem seu ônus, e aí volto no ponto central que é entender onde realmente nossa experiência faz a diferença e agrega valor.

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Importante ter desprendimento e saber olhar para coisas novas e aceitar desafios diferentes.

Escutar em detalhe propostas e explora-las antes de declinar.

Deixar o ego, a vaidade de lado e aceitar um recomeço de um patamar um pouco mais baixo desde que haja potencial de crescimento, aceitar um valor fixo mais baixo com opção de receber pelo sucesso e resultados….

Estudar coisas novas ou buscar aperfeiçoar as competências mais fracas, se expor participando de eventos sociais e profissionais onde pode ampliar o horizonte de contatos.

Fazer um networking consciente e não aquele oportunista e de momento, ajudar aos outros verdadeiramente e não por interesse.

Deixar claro que está buscando uma recolocação, porém cuidado com a forma que comunica esta informação. Um bom caminho é pedir sugestões sobre os passos que pretende dar.

Estou convicto que cada um tem lá a sua estratégia bem definida e estou aqui tentando abrir portas e pontos de reflexão adicionais.

Nós mais velhos muitas vezes estamos arraigados a formatos e modelos padrão e autômatos, e pior, fazendo coisas que estão caindo em desuso.

É preciso evoluir e isso muitas vezes é penoso, dolorido.

Aceitar que temos limitações e que tem muita gente competente brigando pelas mesmas vagas que estão cada vez mais escassas.

Não pretendo aqui ser o cavaleiro do apocalipse com essa convulsão de ideias, mas é preciso ser realista e encarar os fatos como eles são e buscar alternativas.

Foco e muita resiliência no momento da busca da recolocação são fundamentais.

Buscar controlar a ansiedade e acreditar muito em você.

Criar uma rotina enquanto está na fase da busca ajuda muito a cabeça, o corpo e a alma.

Anderson e demais leitores, espero ter contribuído um pouco para esse tema duro, difícil, mas que com certeza tem solução.

Boa semana, até a próxima e a todos que estão em busca de uma recolocação, meus sinceros votos de sucesso!

 

 

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