O fato de me predispor a escrever um post por semana aguçou meu sentido por “insights”, boa parte deles extraídos de um bate papo informal, da leitura de matérias, outros posts, livros, experiências reais ocorridos numa passado ou presente profissional ou mesmo de fatos corriqueiros do dia a dia.
Outro benefício de escrever foi ficar mais sensível a observar as peculiaridades e a beleza da língua Portuguesa que permite entre outras coisas que uma mesma palavra tenha sentidos diferentes.
O tema do post dessa semana foi extraído de um livro fino, curto, mas com um conteúdo parrudo e bem contundente. A despeito de não ser volumoso, há de ser lido com muita atenção, calma e tempo para decantar bem os conceitos. Praticamente uma degustação.
O tema da semana foi extraído da frase: (*) O poder nas organizações é a capacidade gerada pelos relacionamentos.
Quando penso na palavra poder, imediatamente me vem à cabeça o duplo sentido de força e/ou o ato de realizar que no fundo e embora sejam diferentes, podem até ser considerados atos complementares.
Antes de buscar o sentido literal da palavra no dicionário observei que existem várias formas de poder e apenas para elucidar, listo algumas. Executivo, Judiciário, Legislativo, Publico, Moderador, Paralelo, Coercitivo…..
Como existe uma vastidão de formas de poder vou procurar me ater ao do sentido dado na frase base.
E agora sim uma definição da palavra numa versão resumida extraída do dicionário.
Poder (do latim potere) é a capacidade de deliberar arbitrariamente, agir e mandar e também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, o império. Poder tem também uma relação direta com capacidade de se realizar algo, aquilo que se “pode” ou que se tem o “poder” de realizar ou fazer.
Desde os primórdios da humanidade as relações entre indivíduos/grupos se deram visando o poder, o monopólio, seja ele econômico, militar ou qualquer outro. Uma relação de poder pode se formar por exemplo, no momento em que alguém deseja algo que depende da vontade de outra pessoa. Esse desejo estabelece uma relação de dependência de indivíduos ou grupos em relação a outros. Quanto maior a dependência de A em relação a B, maior o poder de B em relação a A.
Embora bem mais completa, vou parar com a definição dada pelo dicionário por aqui porque o trecho acima, em especial o final, vai direto ao ponto.
No caso da frase base meu entendimento é o de que poder implica necessariamente na existência de ao menos dois indivíduos, o que o caracteriza como um ato relacional em que uma ideia, ideal, opinião, de forma coercitiva ou colaborativa se imponha, ou sobreponha sobre a outra.
Quando há poder, sempre há algum interesse eminente envolvido e isso suscita na probabilidade de haver outro elemento importante, o conflito.
No ambiente corporativo existem várias formas de administrar e liderar equipes. Pessoalmente sempre busquei o caminho do envolvimento por acreditar que ele seja mais produtivo gerando além de melhores resultados, satisfação dos envolvidos. Isso não significa que tenha passado incólume pelo ato de ter que fazer alguns processos na metodologia “top down”, traduzindo, manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Num mundo ideal, penso que as partes devem pelo menos em teoria, ser convencidas a aderir a alguma atividade. Neste sentido me parece que o poder é algo a ser constantemente exercitado, uma estratégia intimamente ligada à arte da comunicação e persuasão.
Talvez o sentido de poder da frase, seja a questão central da diferença entre se ter ou ser um chefe, ou um líder.
Minha leitura de tudo isso é que a despeito de ser extremamente relevante, mais importante do que o poder em si, é a forma com que é exercitada e disseminada dentro de uma organização, afinal estamos tratando do convívio diário de seres, a serviço de uma instituição que tem metas. É uma equação bastante complexa e não à toa há tanta gente perdida, insatisfeita, infeliz e sem perspectiva com seu trabalho atualmente.
Boa parte não tem o poder que queria ter, e pior, dominados por alguém muito ruim de costurar relacionamentos.
Que tipo de poder você exerce na sua vida? Você sabe lidar com o poder?
A provocação gerada pelas duas perguntas acima já seria o suficiente para outro post, portanto:
Boa reflexão, boa semana e até breve,
Bibliografia
(*) Liderança e a Nova Ciência de Margareth J. Wheatley
(**) Definição extraída do Wikepedia
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