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Resignificando a vida

Não sei se motivado pelo estado de desconforto com meu atual projeto profissional, pela chegada do fim do ano (período de uma avaliação do passado e um planejamento para o futuro) ou se pela proximidade dos 50 anos, mas  o fato é que andava bastante irrequieto e com questionamentos do tipo: quem sou eu, qual a minha essência e porque me sinto perdido e com vontade de sumir para voltar a me reencontrar?

Tratava desse tema recentemente com um grande amigo durante um churrasco de fim de ano e para meu espanto boa parte das minhas inquietudes também eram as dele. Jamais imaginei que aquele cara sereno, mais velho e mais experiente do que eu, com toda a pinta de ser e estar realizado pudesse comungar com as minhas angústias. Havia entretanto uma diferença essencial entre nós, a maneira de encarar essas dúvidas. Ele parecia bem resolvido ao tratar do tema enquanto eu conforme descrito acima estava numa frequência mais ansiosa e porque não dizer negativa.

Aquela sensação me acompanhou até a tarde do dia 26/12 quando sentado na piscina, no silêncio típico de um pós-Natal, enquanto a maioria dos moradores do nosso prédio e arredores estão viajando ou se recuperando da festividade, em que nossas filhas estão passando uns dias na casa de uma prima, leio as seguintes passagens de um livro:

 (*) “… da civilização moderna, que é dedicada em alto grau ao culto da ilusão, não há informações gerais sobre a natureza da mente. Quase nunca é mencionada por escritores ou intelectuais; os filósofos modernos não falam dela de modo direto; a maioria dos cientistas nega até que ela possa existir. O assunto não faz parte da cultura popular: Não é cantado em canções, não é tratado nas peças de teatro e não está na TV. De fato, somos educados na crença de que nada além daquilo que possamos perceber com os nossos sentidos comuns é real.

Assim, ignoramos aquelas que poderiam ser as experiências mais reveladoras de nossa vida, se ao menos pudéssemos entendê-las. Esse é talvez o mais sombrio e perturbador aspecto da civilização moderna – sua ignorância e repressão a despeito de quem realmente somos.”

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Já gostava do livro, mas em especial os trechos reproduzidos acima me deram a senha de que em algum momento de minha trajetória eu havia perdido por completo a busca do meu entendimento interior, da minha essência e com isso acabei me afastando de certos valores e de quem eu realmente sou, do que gosto e do que me faz feliz.

Curioso que no meio desses devaneios a música do U2 intitulada I Still Haven’t Found What I´m Looking For também sempre vinha a minha mente.

Acho que lá no meu íntimo já sabia o que fazer mas precisei ser sacudido pelas passagens do livro e pela música a qual abaixo reproduzo a letra original bem como a tradução para o Português. Adicionei ainda o link da música no Youtube para quem quiser ouvir ou apenas relembrar a canção.

(**) I Still Haven’t Found What I’m Looking For

I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you
Only to be with you
I have run, I have crawled
I have scaled these city walls
These city walls
Only to be with you
But I still haven’t found what I’m looking for
But I still haven’t found what I’m looking for
I have kissed honey lips
Felt the healing fingertips
It burned like fire
This burning desire
I have spoken with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone
But I still haven’t found what I’m looking for
But I still haven’t found what I’m looking for
I believe in the Kingdom Come
Then all the colours will bleed into one
Bleed into one
But yes I’m still running
You broke the bonds
And you loosed the chains
Carried the cross and
All my shame
All my shame
You know I believe it
But I still haven’t found what I’m looking for
But I still haven’t found what I’m looking for
But I still haven’t found what I’m looking for
But I still haven’t found what I’m looking for

Eu ainda não achei o que estou procurando

Eu escalei as mais altas montanhas
Eu corri através dos campos
Apenas para estar com você
Apenas para estar com você
Eu corri, eu rastejei
Eu escalei estes muros da cidade
Estes muros da cidade
Apenas para estar com você
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Eu beijei lábios doces
Senti os dedos que curam
Queimava como fogo
Este desejo ardente
Eu falei na língua dos anjos
Eu segurei na mão do demônio
Era quente durante a noite
Eu estava frio como uma pedra
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Eu acredito na vinda do reino
E então todas as cores sangrarão em uma só
Sangrarão em uma só
Mas, sim, eu continuo correndo
Você quebrou as algemas
Livrou-se das correntes
Carregou a cruz e
Toda a minha vergonha
Toda a minha vergonha
Você sabe que eu acredito
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei o que estou procurando

Felizmente e conforme descrito acima, o gatilho foi disparado e já sei o que é preciso fazer para encontrar o que estava buscando. Vou aproveitar o início do novo ano para colocar a teoria na prática, resignificando assim minha vida.

Um 2016 iluminado e de muitas realizações a todos e até a próxima.

Bibliografia

(*) Trechos extraídos do livro O Livro Tibetano do Viver e do Morrer – Capitulo 4 A natureza da mente;

(**) Letra e tradução da música do U2 extraídas do Link: http://www.vagalume.com.br/u2/i-still-havent-found-what-im-looking-for-traducao.html#ixzz3vS5FZxAI

 

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