Tática ou despreparo?

Conclui meu último projeto como CLT em Dez/14. Não porque quisesse, mas porque o mercado mudou e até o momento não houve casamento de interesses com nenhuma outra empresa neste modelo de contratação. Em parte, a decisão partiu do meu lado e em parte de quem estava do outro lado da mesa.

De lá pra cá tenho desenvolvido atividades diversas para gerar receita, sendo as principais: Advisory no segmento de prestação de serviços, Business Development e mais recentemente Life Coaching. A primeira tem o foco de ajudar empresas a entender, validar e solucionar determinados desafios, a segunda aproveitar e/ou gerar novas oportunidades e negócios e a última trata de melhorar a qualidade de vida de indivíduos sejam eles PF ou PJ.

Pessoas que estejam no estado A (atual), queiram mudar para o B (desejado) e precisam de ajuda com este processo. Isso significa que meu atual modelo de negócio é PJ. Isso mesmo, sou empresário de mim mesmo, o que como tudo na vida tem seu bônus e seu ônus.
Desde janeiro deste ano optei por tirar peso na busca mais ativa de uma recolocação. Isso não significa que não queira mais viver no mundo corporativo, ao contrário, me vejo ainda com muita energia e expertise para colaborar, performar e subir mais degraus na minha carreira, mas o foco e esforço primários estão apontados para os meus negócios.

Se vejo alguma vaga que tem fit com meus objetivos me candidato, e jamais declino de conversar caso seja indicado ou procurado. Recentemente e pela primeira vez em toda a minha carreira, recebi um contato originado direta e genuinamente pelo LinkedIn. As demais, exceto duas e bem no início de minha trajetória, sempre foram por indicação.

O contato veio diretamente da área de RH de uma empresa. Fiquei curioso como chegaram a mim e a resposta foi de que fizeram um filtro e que o meu foi um dos nomes que surgiu com aderência ao pacote de competências que buscavam para a posição em questão. A evolução das comunicações se deu como de costume, após o primeiro contato por mensagem, telefonema e então uma primeira reunião presencial. Tudo sempre com a mesma pessoa que ao final da entrevista inicial além do agradecimento, educadamente e como manda o protocolo afirmou algo como: “mantenho contato para dar uma posição sobre o processo”…… várias semanas depois, e 1 mensagem de follow-up up sem retorno ainda imperava silêncio total.

Resolvi então ser mais agressivo com meu interesse. Liguei para a pessoa que havia me mapeado, que tomou a iniciativa de me procurar, me entrevistou pessoalmente e ao me identificar ouvi a seguinte frase: – “Quem? Mas você participou do processo? ………” Confesso que fiquei bastante surpreso com a postura do meu interlocutor, por uma fração de segundos me senti o cocô do cavalo do bandido, mas me recompus, me imbui de resiliência e dei andamento ao telefonema afinal, meu objetivo era o follow-up up sobre a vaga.

Após o término do telefonema conclui algumas coisas. 1- Definitivamente eu não soube me vender na entrevista e preciso rever a maneira como me apresento; 2- Embora ouvindo que o processo ainda estava indefinido, ele definitivamente acabou naquele instante para mim; 3- Mas o que ainda não consegui traduzir foi o comportamento de uma pessoa de RH experiente, colaborador de uma grande empresa que te convida para fazer parte de um processo para uma vaga de cargo de Diretoria e sequer lembra disso. A pergunta que não quer calar: Seria despreparo ou tática?

Seja lá como for, a lição principal aprendida foi a de que minha decisão de manter o esforço e o foco nos meus negócios está correta.

Tirando a emoção deste evento e sim fiquei desapontado por não ter seguido no jogo pois o projeto muito me interessava, o ponto de inflexão é a maneira como alguns profissionais de RH tem agido na condução dos processos de contratação. E isso é valido independente da vaga pois por mais simples que ela seja este é um processo que mexe muito com as pessoas, especialmente neste momento de retração de mercado.
Fui criado num ambiente em que a palavra e o compromisso são valores importantes, que devem ser seguidos, e assim continuarei tratando meus familiares, amigos, clientes, coachees e parceiros. Com respeito e educação, independente do teor e do tema. O que é combinado não sai caro para ninguém.
Boa semana, boa reflexão e ótimas vibrações a todos.